Capítulo 1 Em uma noite de tempestade, ela foi perseguida durante a gravidez
No quarto mal iluminado, dois corpos nus estavam entrelaçados, suas respirações pesadas e gemidos suaves criando uma atmosfera de paixão íntima.
Emily Johnson franziu a testa, olhos bem fechados. Suas mãos agarravam os lençóis debaixo dela, suportando as investidas cada vez mais vigorosas do homem.
"Você é virgem?" A voz rouca do homem sussurrou em seu ouvido. Emily abriu lentamente os olhos enevoados, mal conseguindo distinguir as feições do homem.
Justo quando Emily tentou ver melhor o rosto do homem, um súbito estrondo de trovão rugiu em seus ouvidos.
Emily despertou com um sobressalto.
Um sonho! Foi apenas um sonho!
Seis meses atrás, ela foi forçada a dormir com um estranho para salvar sua mãe, até concordando em ter um filho dele...
Desde então, ela frequentemente sonhava com aquela noite.
Emily tocou sua barriga grávida, preparando-se para levantar e beber um pouco de água, quando de repente percebeu que algo estava errado.
Ela não estava em sua cama; ela estava em um caixão estreito e retangular, incapaz de se mover!
E ela podia sentir o caixão se movendo!
Do lado de fora, ela podia ouvir vagamente o som do trovão.
Emily entrou em pânico. O que estava acontecendo? Ela tinha sido sequestrada?
Ela começou a bater nas paredes do caixão, gritando, "Quem é você? Por que está fazendo isso comigo? Me deixe sair!"
Emily gritou em terror e desespero.
As pessoas que carregavam o caixão pareciam ouvir o barulho vindo de dentro e pararam de repente.
"Você ouviu isso? Parecia algo vindo de dentro do caixão."
"Você deve estar ouvindo coisas. É madrugada; não há som nenhum."
"Não, sério, há um som vindo do caixão!"
Um deles, para provar que não estava enganado, pressionou o ouvido contra o caixão.
A outra pessoa que carregava o caixão deu um tapa na cabeça dele, xingando, "Impossível. Aquela mulher foi drogada; ela não pode acordar tão rápido."
Emily ouviu as vozes do lado de fora e gradualmente se acalmou, tentando escutar.
Ela queria saber quem estava tentando lhe fazer mal!
Então, uma voz familiar veio de fora do caixão:
"Quem mandou vocês pararem? Rápido, movam o caixão antes que alguém descubra!"
Os olhos de Emily se arregalaram instantaneamente.
Era a voz de sua prima Ava Davis!
Será que Ava estava por trás de tudo isso, tentando matá-la?
Enquanto Emily se recuperava do choque, outra voz familiar soou:
"Não se preocupe. Este lugar geralmente é deserto, e com a tempestade, ninguém virá."
Era a voz de seu namorado John Williams!
Emily percebeu instantaneamente que Ava e John haviam conspirado juntos para lhe fazer mal!
Traída por Ava e John, o coração de Emily se retorceu de agonia.
Ela não conseguia entender por quê.
Então, a voz triunfante de Ava veio de fora do caixão:
"Emily é uma idiota. Ela nunca saberá que eu também sou uma filha da família Johnson! Uma vez que ela e a mãe dela estiverem mortas, papai vai se casar com minha mãe, e eu retomarei minha identidade como filha dos Johnson. Hahaha..."
A risada aguda e arrogante de Ava se misturava com o trovão abafado, rasgando o coração de Emily.
"Então essa é a verdade!"
Quem poderia imaginar que Ava era, na verdade, filha biológica de Eli Johnson!
E ela havia se aliado a John, tudo para mandar Emily e sua mãe, Lily Martin, para a cova.
Não! Ela não podia morrer aqui!!
Não só por si mesma, mas por sua mãe acamada, Lily...
Emily protegeu sua barriga inchada, usando toda sua força para bater na tampa do caixão, desesperadamente esperando que não tivesse sido pregada.
Enquanto a tampa não estivesse pregada, ela ainda tinha uma chance.
De repente, uma chuva torrencial começou lá fora.
O barulho do lado de fora aumentou, como se muitas pessoas tivessem chegado, e ela ouviu alguém gritar, "Senhora Johnson."
Os empregados vieram procurá-la!
Emily bateu freneticamente na tampa do caixão, fazendo o caixão sacudir violentamente e depois cair no chão. Emily, com sua grande barriga, rolou para fora do caixão aberto.
"O que você está fazendo? Peguem-na! Não deixem ela escapar!" A voz estridente de Ava perfurou a noite escura.
Ignorando os múltiplos arranhões e dores em seu corpo, Emily se levantou e cambaleou para frente.
A chuva se intensificou, a cortina densa de água embaçando a visão de Emily, a chuva gelada molhando suas feridas, a dor drenando suas forças.
Atrás dela, luzes piscavam, e os sons caóticos de vozes e latidos ferozes de cães se misturavam.
Corra! Continue correndo!
Embora suas pernas estivessem fracas e exaustas, Emily não ousava parar.
A morte a esperava se ela parasse!
Emily escorregou, segurando sua barriga inchada enquanto caía pesadamente no chão.
Doeu!
Não apenas sua barriga, mas seu tornozelo parecia ter sido cortado por algo, a dor ardente atormentando seus nervos.
Os latidos ferozes se aproximavam, e Emily podia até sentir o cheiro fétido dos cães rosnando.
Emily fechou os olhos em desespero.
"Senhora Johnson!"
De repente, uma figura se lançou sobre ela, lutando contra os cães selvagens.
Emily abriu os olhos, suas pupilas se contraindo fortemente.
"Ryder!"
No momento de crise, seu fiel mordomo Ryder apareceu, protegendo-a.
Mas Ryder não era páreo para os cães enlouquecidos, sendo mordido e dilacerado.
"Senhora Johnson, eu vou segurá-los. Corra!" Ryder gritou desesperadamente.
Emily lutou contra as lágrimas, levantou-se e continuou a fugir pela chuva.
Atrás dela, os gritos agonizantes de Ryder ecoavam...
As lágrimas de Emily se misturavam com a chuva, seus punhos cerrados, seus olhos cheios de ódio.
Ela vingaria isso...
Cinco anos depois, no aeroporto internacional.
Uma mulher alta e impressionante, vestindo óculos escuros, saiu do terminal, arrastando uma mala. Ao seu lado estavam dois meninos vestidos de ternos pretos e gravatas borboleta, parecendo pequenos adultos, atraindo instantaneamente a atenção de todos no aeroporto.
"Que crianças lindas! Eles estão vestindo roupas da Modern Muse, não estão?"
"Ouvi dizer que cada peça da Modern Muse é limitada a cinquenta unidades no mundo todo e custa centenas de milhares de dólares! Quem me dera conhecer alguém que pudesse pagar por roupas da Modern Muse!"
"Shh, fala mais baixo. Eles estão olhando para cá."
Por trás dos óculos escuros, os olhos frios e belos de Emily varreram a multidão que cochichava, então ela olhou para cima, para a placa "Cidade Esmeralda" pendurada no aeroporto, e seus lábios vermelhos se curvaram levemente.
"Há quanto tempo, Cidade Esmeralda."
"Senhora Johnson, você finalmente voltou."
Do lado de fora do aeroporto, um Lamborghini estava estacionado na calçada. Um homem de terno, com um comportamento educado e um sorriso no rosto, estava ao lado do carro, observando a mulher caminhar em sua direção.
"Senhor Jackson!"
Uma pequena figura disparou em direção a Nicholas Jackson como uma bala. Nicholas abriu os braços com um sorriso e pegou o pequeno corpo que corria em sua direção.
"Chase, já se passaram cinco anos. Você engordou um pouquinho?"
Nicholas brincou com Chase Johnson em seus braços enquanto se virava para olhar o outro menino que seguia Emily. "Jasper, vem aqui e me dá um abraço também."
O rosto de Jasper Johnson permaneceu impassível. Ele olhou para o amigável Nicholas e disse formalmente: "Senhor Jackson, olá."
"Já se passaram cinco anos, e Jasper ainda não quer se aproximar de mim. Me pergunto a quem ele puxou," Nicholas reclamou suavemente para Emily, balançando Chase em seus braços.
Os lábios vermelhos de Emily se curvaram em um belo sorriso. Ela tirou os óculos escuros, revelando um par de olhos claros e brilhantes, embora as pequenas cicatrizes abaixo deles adicionassem um toque afiado ao seu olhar.
Cinco anos atrás, naquela noite aterrorizante, Emily caiu de um penhasco. Embora tenha sobrevivido, ficou gravemente ferida. Nicholas a encontrou perto do desfiladeiro e a enviou para o exterior para tratamento.
Mais tarde, Emily deu à luz trigêmeos no exterior. Ela pediu a Nicholas que levasse um de seus filhos de volta para o pai enquanto ela permanecia no exterior, treinando e reunindo forças para sua vingança.
Cinco anos se passaram. Ela não era mais a mulher fraca e facilmente intimidada de antes.
A saudade dos filhos e o ódio pela família Johnson arderam em seu peito, alimentando-a nos momentos mais difíceis.
Agora, ela estava de volta à Cidade Esmeralda, um lugar que ela tanto amava quanto odiava, para executar sua vingança contra a família Johnson.
"Nicholas, alguma novidade recente da família Johnson?"
Emily pediu a Nicholas que colocasse sua bagagem no porta-malas e entrou no banco de trás com seus dois filhos.
"Um dos executivos de uma subsidiária do Grupo Johnson foi pego desviando fundos e falsificando contas. A subsidiária foi fechada, e tanto o executivo quanto Finn Johnson estão sob investigação."
Nicholas ligou o carro e começou a dirigir, atualizando Emily sobre a situação.
Os lábios de Emily se curvaram em um sorriso frio. "Fique de olho nisso. Acelere as coisas se necessário. Quando a subsidiária declarar falência e for colocada à venda, nós a compraremos por um preço de banana."
"Entendido." Nicholas assentiu, lançando um olhar hesitante para Emily pelo retrovisor.
"Sra. Johnson, tem mais uma coisa."
"O que é?"
"Não encontramos o corpo do Ryder."
A expressão de Emily endureceu ligeiramente, seus olhos cintilaram com um ódio frio e passageiro.
"É mesmo? Então vamos encontrar algo do Ryder da família Johnson e dar a ele um memorial adequado."
"Certo."
Nicholas observou atentamente o rosto de Emily. Apesar de seu comportamento geralmente frio, o tremor em seus olhos traía sua turbulência interior.
Emily deve estar muito triste agora.
Afinal, Ryder foi seu salvador.
Naquela noite tempestuosa, cinco anos atrás, se Ryder não tivesse arriscado sua vida para salvá-la, Emily teria sido devorada por aqueles cães selvagens.
O carro seguia estável pela cidade movimentada. Emily recostou-se no assento, observando as cenas das ruas que passavam com uma expressão perdida.
De repente, um grupo de crianças em uma praça próxima chamou sua atenção.
"Parem o carro!"
Nicholas se assustou e freou, parando o carro suavemente no meio-fio.
"Mamãe, o que houve?"
Chase e Jasper piscaram seus grandes olhos redondos para Emily.
"Fiquem no carro, os dois."
Emily os instruiu calmamente antes de sair do carro.
"Ei, aleijado! Você pisou no meu sapato. Ajoelhe-se e lamba ele limpo!"
"Está ouvindo? Sabe quem eu sou? Eu sou o chefe aqui. Você está no meu território, segue minhas regras. Agora, ajoelhe-se e lamba meus sapatos!"
"Ajoelhe-se! Ajoelhe-se!"
Quando Emily se aproximou, ela viu o que as crianças estavam fazendo.
Três crianças cercavam um garoto mais velho, de aparência arrogante, forçando uma criança menor e frágil a se ajoelhar e lamber seus sapatos.
O rosto da criança menor estava vermelho. Ele pressionava os lábios juntos, sem dizer nada, mas seus olhos brilhantes mostravam orgulho e desafio.
"Esse aleijado deve ser mudo também!" um dos garotos sussurrou no ouvido do mais velho.
"Se for o caso, vocês dois, segurem ele e façam ele se ajoelhar e lamber meus sapatos!" o garoto mais velho ordenou a seus companheiros.
Os dois meninos se moveram para agarrar a criança menor, mas ele de repente saltou como um leão, seus olhos brilhantes cintilando com uma luz feroz, e pulou sobre eles, lutando de volta.
"Ele está ficando selvagem! Todo mundo, peguem ele! Precisamos dar uma lição nesse aleijado hoje!" o garoto mais velho gritou, entrando na briga e balançando o punho no rosto da criança menor.
"Pare!"
Emily correu, puxando os valentões da criança menor. Ela gentilmente o ajudou a se levantar, limpando o sangue e a sujeira de seu rosto.
