NOVAS ROTAS
(Dois anos atrás)
Ponto de Vista do Emerson
Eu gemi profundamente contra os lábios do Brad, uma mão em suas costas enquanto a outra se aprofundava em seu cabelo macio. As luzes estavam fracas no quarto, meus lençóis jogados descuidadamente ao nosso redor. Brad e eu tínhamos ficado acordados a noite toda, e eu realmente não achava que íamos dormir tão cedo. Meus pais tinham saído para um congresso de negócios no fim de semana, então eu, claro, tinha que aproveitar bem esse tempo. E que melhor uso da minha liberdade do que com o guitarrista principal da minha banda?
O beijo se aprofundou, e seus grunhidos ficaram mais altos enquanto eu puxava seu membro rígido. Droga, isso era quente. Estendi a mão para pegar o lubrificante na mesa de cabeceira quando minha porta rangeu ao abrir. Eu mal ouvi o som enquanto Brad fazia algo com a língua que me fez arquear em sua direção.
"Emerson, adivinha o que—"
Era minha mãe?
Eu rapidamente empurrei Brad para baixo de mim, aliviado por pelo menos estar de cueca, mesmo que houvesse um problema de seis polegadas balançando na cara dela no momento. "Mãe," eu ofeguei, encarando seu rosto chocado. "Não é o que você está pensando, eu—"
Ela rapidamente puxou a porta, fechando-a atrás de si. "Merda!"
Eu corri para pegar as roupas que tinham caído no chão, meu coração disparando enquanto a seguia.
---
"O que você está sugerindo aqui, Emerson?"
Minha boca estava tão seca que minha língua provavelmente poderia cortar vidro. Eu juntei minhas mãos suadas enquanto olhava para meus pés. Eu esperava que meu velho explodisse, se ele descobrisse. Mas eu não esperava que ele descobrisse tão inesperadamente, tão de repente. "Desculpe, pai, eu deveria ter ouvido você. Eu não queria que ele dormisse aqui—"
Os olhos do meu pai ficaram escuros com uma ferocidade nauseante. "Ele?" ele rosnou, sua voz baixa e ameaçadora antes de bater a mão na mesa.
Eu também temia isso, não tinha certeza se meu pai aceitaria a notícia da minha sexualidade de forma calma e agora eu tinha minha resposta. "Sim, pai. Ele. Eu sou... eu sou gay."
Ele se levantou de um salto, a cadeira arranhando o chão de mármore, um som que irritou meus nervos já abalados. "É melhor você estar brincando, Emerson. É melhor você estar de sacanagem."
Pânico e medo passaram por mim, mas também uma espécie de alívio. Agora estava fora. Não era mais um segredo. Eu me levantei da cadeira um pouco trêmulo, mas encarei seu olhar. "Eu não estou. Eu gosto de caras, pai."
Lá estava de novo, aquele brilho nos olhos dele. "Não me chame assim!" ele berrou. "Não me chame assim. Eu não sou pai de um pedaço de merda gay!"
Eu senti isso, meus ossos se desmoronando sob o peso de suas palavras. Meu pai era naturalmente um homem agressivo, alguém que exigia obediência estrita. Um passo fora da linha e ele era uma bomba-relógio, prometida a explodir. Mas não isso. Ele não podia estar falando sério, ele estava apenas bravo. "É só uma pequena diferença do usual, pai. Eu não estou machucando ninguém—"
"Cala a boca!" Sua voz ecoou pela sala de jantar, a mesa de vidro parecendo tremer com o impacto. Minha mãe chorava em suas mãos, seu corpo inteiro tremendo. "Você está totalmente excluído desta família. A menos que você diga que está passando por uma fase estúpida."
O quê? Eu fiquei ali, paralisado. O que isso significaria para mim? Eu nunca poderia estar com Brad ou qualquer outro cara de novo? Eu seria forçado a namorar, talvez até casar com uma mulher? Esconder essa parte de mim como um segredo nojento? Para sempre?
"Diga," ele continuou, sua voz um rosnado baixo de fúria contida. "Diga que isso é apenas um erro estúpido, uma coisa de uma vez só, e vamos fingir que nunca aconteceu."
Um futuro onde eu seria forçado contra minha própria natureza passou diante dos meus olhos. Eu engoli em seco. "Eu não posso fazer isso."
Suas narinas se dilataram, e eu quase podia ouvir meu tempo ali se esgotando. "Por que diabos não?"
"Porque é a verdade."
Seus lábios se torceram em desgosto. Para mim, seu filho. Suas próximas palavras foram como um soco no estômago, tirando meu fôlego. "Então saia da minha casa."
"Por favor, pai—"
"Eu disse para você sair!"
Uma porta se fechou com força atrás de nós, e eu me virei para encontrar minha irmãzinha, Ivy, parada atrás de nós, sua mochila escorregando do ombro. Ela olhou entre mim e meu pai, obviamente percebendo a atmosfera tensa. Seu olhar caiu sobre minha mãe chorando, depois sobre mim—parado ali, me agarrando à vida. Seu rosto se contorceu em perplexidade. "O que aconteceu?"
Meu pai se virou, direcionando parte daquela fúria para ela. "Você! Há quanto tempo sabia?"
Ivy deu um passo para trás, ainda confusa. "Saber o quê?"
Meu pai fervia de raiva, tentando se controlar o suficiente para falar. Ela olhou para mim novamente, para o meu corpo trêmulo. Então a compreensão iluminou seus olhos. Havia apenas uma coisa que poderia fazê-lo reagir dessa maneira. "Ah."
Ela endireitou os ombros e se aproximou, tentando acalmá-lo. "Não se preocupe, pai. Não é tão grave assim. Eu te prometo."
Um estalo agudo ecoou pela sala quando a palma da mão dele se conectou com a bochecha dela.
Ivy cambaleou para trás, sua mão voando para o rosto em choque. Eu ofeguei e dei um passo para me aproximar dela. Meu pai se virou para mim, parecendo ainda mais zangado, embora eu achasse que isso não fosse possível. "Não ouse, garoto."
Dei um passo para trás, não querendo piorar as coisas.
"Você não decide o que é grave nesta família, Ivy," ele rosnou. "Nenhum de vocês decide!"
Ela olhou para mim, seus olhos refletindo a fúria dele, cheios de lágrimas não derramadas. "Pai, pare com isso," ela disse, a voz trêmula. "Você está sendo irracional!"
"Quer ir com ele?" ele cuspiu. "Diga mais uma palavra e você também está fora."
Eu fiquei lá, assistindo tudo se desenrolar, como uma cena ruim de um filme. Tinha que ser, isso não podia ser minha vida de verdade. As mãos de Ivy estavam cerradas em punhos e ela tremia de raiva. "Você não pode expulsá-lo como lixo! Ele é seu filho!"
"Não mais."
"Ivy," implorei, tentando manter minha voz firme. "Está tudo bem."
Ela se virou, suas feições distorcidas pela mistura de raiva e dor em seu rosto. "Não, não está!"
Sorri fracamente para ela. Ele já tinha tomado sua decisão e não havia nada que ela pudesse fazer. Eu não queria que ela se machucasse ainda mais ou o provocasse a mandá-la comigo para provar um ponto. "Está sim. Apenas... deixe pra lá, ok?"
Seus olhos, pesados de lágrimas, se fixaram em mim. "Em," ela disse, a voz falhando.
"Faça suas malas, Emerson," meu pai falou com uma rigidez gelada, já se virando. "Você não é mais meu filho."
A finalidade na voz dele apertou meu coração, mas não havia mais nada que eu pudesse fazer. Ele me deu opções, e eu escolhi. Eu seguiria com minha escolha e eu não deixaria ele me ver quebrar. Se eu não era mais filho dele, então ele não era mais meu pai.
Subi as escadas e enfiei o que coubesse na minha mochila. Estava descendo as escadas quando uma visão chamou minha atenção — a mala do meu amigo, meu estojo de guitarra e tudo o que vinha com ele, já estavam arrumados do lado de fora da casa.
Ivy estava rígida perto da porta, sua bochecha vermelha do tapa. Nossa mãe balançava no chão, para frente e para trás, rezando no ar. Eu desviei o olhar dela. Ela não tinha dito uma palavra. Por quê? Seu filho estava sendo expulso de casa e ela não tinha dito uma palavra sequer.
Saí para o ar frio da noite, o vento cortando minha pele. Espero que tenha embalado um casaco quente o suficiente, porque eu não me dou bem com o frio.
Meu pai estava de pé na porta, com um olhar de total desprezo pintado no rosto. "Você sai por essa porta, e não volta mais."
Engoli o bile na garganta. Eu realmente ia fazer isso? Sair para me virar sozinho? Olhei para ele novamente e meu coração endureceu. Eu não tinha feito nada de errado aqui, ele era quem estava me expulsando. Eu recusava viver sob seu teto se isso significasse negar partes de mim. Eu sobreviveria. "Eu não planejava."
Me obriguei a me virar, pegar minha mochila, dar os primeiros passos e me dirigir à porta. "Nunca mais volte aqui, ouviu?" rugiu meu pai atrás de mim. "Você não é mais um Beckett."
Comecei a andar. Ficou mais fácil à medida que colocava um pé na frente do outro, até que saí da casa. Não olhei para trás.
A chuva só ficava mais forte enquanto eu percorria as ruas vazias. Minha camiseta encharcada, grudando desconfortavelmente na minha pele. Graças a Deus, Brad conseguiu sair pela janela. Não sei o que meu pai teria feito se o pegasse.
O peso de tudo de repente me atingiu, e a chuva carregou minhas lágrimas silenciosas. Eu estava sem-teto. Eu estava verdadeiramente sem um lar e, a partir de agora, essa seria minha realidade.































































































































































