Seduzindo o Sr. Intocável

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Capítulo 2

Um homem vestindo um traje casual cinza claro estava ali. Seus traços eram refinados e afiados, como a criação mais favorecida de Deus.

Seus olhos azul-acinzentados eram completamente indiferentes, como se nada neste mundo merecesse sua atenção. Uma aura de frieza o envolvia.

Era Michael Wilson.

Seu assistente, Jonathan Parker, imediatamente avançou para organizar a evacuação do clube.

O gerente do clube se curvou repetidamente, pedindo desculpas: "Desculpe por perturbar a paz do Sr. Wilson. Vamos remover esses convidados indesejados imediatamente."

Ele se virou para encarar Jason e seu grupo. "Saiam, agora!"

Jason estava furioso, mas não ousou falar—nem mesmo o mais imprudente arriscaria ofender Michael. Ele só podia sair frustrado, parando ao lado de Emily para ameaçá-la. "Você teve sorte hoje. Da próxima vez, não terá."

Emily manteve o olhar baixo, envergonhada demais para levantar a cabeça. Ela podia suportar qualquer tratamento ou humilhação—estava acostumada com isso—mas na frente de Michael, não podia fingir que não se importava.

O gerente recolheu todo o dinheiro espalhado pelo chão e o empurrou nas mãos de Emily. "O que você está esperando? Vá atender o Sr. Wilson imediatamente."

Emily olhou surpresa, apenas para encontrar o olhar indiferente de Michael.

Ele não falou, apenas se virou e subiu as escadas.

Após um momento de hesitação, Emily o seguiu.

Michael raramente visitava aquele clube, mas sempre que o fazia, ela era designada para atendê-lo. Talvez porque ele a achasse mais limpa do que os outros funcionários.

Na sala privada do segundo andar, a música estava muito mais baixa.

Michael sentou-se preguiçosamente na cadeira principal.

Emily se aproximou lentamente para lhe servir uma bebida. A dor em seu estômago crescia cada vez mais intensa, mas ela a suportava em silêncio.

De repente, a voz fria do homem veio de cima. "Você não está bem?"

Emily instintivamente olhou para cima, encontrando os olhos negros de Michael.

O lustre de cristal acima refletia em seus olhos, criando a ilusão de um abismo meticulosamente elaborado com um magnetismo quase irresistível que convidava a se aproximar.

Emily voltou à realidade quase instantaneamente e abaixou a mão que estava segurando seu estômago. "Bebi muito álcool. Meu estômago dói um pouco."

Michael se recostou no sofá, seus olhos estreitos estudando Emily.

Seu rosto era excepcionalmente bonito—um formato oval clássico com olhos amendoados úmidos que, devido ao álcool que ela havia sido forçada a beber, estavam levemente avermelhados nos cantos.

Ela parecia completamente vulnerável.

A postura de Emily era pura e inocente, criando um contraste marcante com o ambiente caótico do clube. Havia um profundo senso de desconexão.

Ela não pertencia ali.

Michael desviou seu olhar examinador e pegou o telefone, digitando uma mensagem. "Se você não está se sentindo bem, vá descansar."

Emily olhou para Michael surpresa. "Meu turno ainda não acabou."

"Comigo aqui, quem ousaria dizer algo?" O olhar de Michael era frio, suas palavras simples carregando uma autoridade esmagadora.

Emily apertou o punho em silêncio.

O que Michael disse era verdade.

Como o governante absoluto do Grupo Wilson, ele tinha controle total sobre esse império de negócios.

O clube onde ela trabalhava gerava receitas de seis dígitos por noite, mas Michael podia fazer o gerente esvaziar todo o estabelecimento para ele com apenas uma palavra. Todos temiam ofender esse homem.

Emily mordeu o lábio. "Tudo bem."

Ser paga para descansar não era algo que acontecia todos os dias.

Ela se sentou em uma cadeira próxima.

Nesse momento, Michael de repente se levantou e saiu da sala. Quando voltou, colocou várias caixas de remédio para o estômago na frente de Emily.

Emily olhou incrédula, sua mente aparentemente incapaz de processar o que estava acontecendo.

Michael realmente tinha mandado alguém comprar remédio para o estômago dela.

Ela não conseguia se lembrar da última vez que experimentara tal gentileza desde a queda de sua família.

Mas eles nem eram amigos—mesmo antes da falência de sua família, tinham se visto apenas uma vez em um evento formal.

"Tome," disse Michael, vendo a expressão incrédula de Emily. Ele simplesmente empurrou o remédio em seus braços.

Seu telefone tocou de repente. Depois de verificar o identificador de chamadas, ele atendeu e saiu da sala.

Emily ficou paralisada por um momento antes de finalmente recobrar os sentidos. Ela pegou o remédio e saiu, querendo expressar sua gratidão.

Mas na rua, ela viu um Rolls-Royce caro estacionado ali.

Uma mulher de vestido branco estava de costas para Emily e dizia algo a Michael.

A conversa entre eles não parecia agradável.

Dessa distância, Emily não conseguia ouvir o que estavam dizendo, apenas via Michael embaixo do poste de luz com um cigarro aceso entre os dedos.

Michael se virou e entrou em seu próprio carro.

A mulher bateu o pé de frustração antes de entrar em seu carro e também ir embora.

Emily apertou o remédio para o estômago com força.

Ela sabia quem era aquela mulher.

Caitlin Rand, a noiva de Michael.

Dizia-se que o casamento deles era arranjado pelas famílias, com a cerimônia de noivado realizada recentemente.

Emily abaixou o olhar, suas longas e íngremes pestanas escondendo as emoções em seus olhos.

Ela arrastou seu corpo exausto de volta ao apartamento temporário que estava alugando, serviu um copo de água fria e acabou de engolir o remédio quando seu telefone tocou novamente.

Era sua tia ligando.

"Emily, você já saiu do trabalho? Tenho algo para te contar."

Emily respondeu friamente: "O que é?"

"Saia desse emprego no clube. Eu encontrei um pretendente para você, e já aceitei o dinheiro dele." O tom de sua tia era autoritário.

"Você vai conhecê-lo amanhã, depois vai se mudar para a casa dele e pegar o certificado de casamento imediatamente. Ele é um pouco mais velho, mas sabe como cuidar de você. Vou me sentir melhor sabendo que você está com ele."

Os olhos de Emily instantaneamente ficaram frios. "Você está tentando me vender para um velho por dinheiro?"

"Não faça parecer tão horrível! Estou pensando em você! Sua família faliu, seu pai se suicidou e sua mãe ainda está no hospital. Você acha que consegue pagar essas contas médicas só vendendo bebidas?"

Sua tia soltou uma risada fria. "Eu arranjei o melhor caminho para você! Somos família—eu não te faria mal."

"Devolva o dinheiro. Eu absolutamente me recuso. Estou exausta do trabalho, então vou desligar agora." Emily não esperou sua tia responder antes de encerrar a chamada.

Ela esfregou seu estômago ainda dolorido e olhou ao redor do apartamento dilapidado.

Depois da queda de sua família, sua vida despencou do céu para o inferno em um instante.

A empresa foi confiscada, e os bens restantes foram divididos entre os parentes.

Mesmo com a tutela de seu tio, sua personalidade fraca significava que sua tia a maltratava constantemente.

No verão, ela só podia comer sobras estragadas e era forçada a dormir no chão da sala.

A primeira coisa que fez quando ganhou dinheiro foi sair daquela casa, com o resto de seu salário indo diretamente para a conta do hospital.

Ela se sentou no chão encostada na parede, seus olhos cheios de exaustão. A vida à frente parecia completamente escura, como se inúmeras mãos invisíveis a puxassem para baixo, tentando arrastá-la para o abismo. Ela já podia imaginar como seria seu futuro.

O olhar de Emily se desviou, pousando no remédio para o estômago na mesa.

Ela fechou os olhos lentamente.

No dia seguinte, Emily foi trabalhar como de costume. Assim que saiu do carro, um homem gordo e engordurado bloqueou seu caminho de repente.

Ele parecia ter quase cinquenta anos, com uma cabeça calva e dentes amarelados que apareciam quando ele falava. "Então você é Emily! Sua tia não mentiu—você realmente é linda."

Emily deu um passo para trás, olhando para ele friamente. "Quem é você?"

O homem declarou descaradamente: "Eu sou seu marido! Sua tia já te contou—você é minha esposa agora, só falta o certificado de casamento. Vamos resolver isso agora mesmo."

Enquanto falava, ele tentou agarrar Emily.

Emily lutou com força, tentando se soltar. "Me solta! Isso é sequestro—é ilegal!"

O homem mais velho zombou. "Sua tia aceitou meu dinheiro. Você me pertence!"

Os olhos de Emily brilharam com determinação. Ela o chutou forte entre as pernas e mordeu seu pulso. "Argh!"

O homem soltou um grito de dor. Emily tentou correr, mas ele a agarrou pelos cabelos. "Sua vadia! Parece que fui muito bonzinho com você!"

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